Rubem Braga nasceu em 12 de janeiro de 1913 em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Filho do primeiro prefeito de Cachoeiro Francisco de Carvalho Braga, que também era dono do primeiro jornal impresso do estado, Correio do Sul, onde acabou dando início a sua carreira de escritor e jornalista. A casa onde ele nasceu, a Casa dos Braga, tronou-se biblioteca pública municipal e centro de cultura e arte no município.
Em 1929, Rubem Braga escreveu suas primeiras crônicas para o jornal Correio do Sul. Ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em seguida transferiu-se para Belo Horizonte onde concluiu o curso em 1932. Nesse mesmo ano, iniciou uma longa carreira de jornalista que começou com a cobertura da Revolução Constitucionalista de 32 para os Diários Associados.
Em seguida, foi repórter do Diário de São Paulo. Fundou a Folha do Povo, o semanário Comício e trabalhou no Diretrizes, semanário de esquerda dirigido por Samuel Wainer. Em 1936, Rubem Braga lançou seu primeiro livro de crônicas, O Conde e o Passarinho.
Com 26 anos, já era casado com a militante comunista Zora Seljjan. Não era filiado ao partido, mas militava ativamente na Aliança Nacional Libertadora. Depois de se envolver em um caso amoroso impossível decidiu mudar de cidade e de emprego. Foi para Porto Alegre. Na época o Brasil vivia a ditadura de Getúlio Vargas e o mundo preparava-se para entrar na Segunda Guerra Mundial. Na capital gaúcha foi preso por suas crônicas contra o regime de Vargas, mas foi solto graças à intervenção de Breno Caldas, dono do Correio do Povo e da Folha da Tarde, jornal que publicava suas crônicas.
Durante o tempo em que ficou em Porto Alegre, Rubem Braga publicou 91 crônicas na Folha da Tarde, elas foram depois reunidas no livro “Uma Fada no Front" de 1994. Os escritos mostram um cronista engajado contra a ditadura Vargas e o nazismo. Na época, a luta política foi a nota dominante das crônicas da Folha. Por causa das muitas pressões da polícia e dos círculos palacianos do Estado, Braga teve que voltar ao Rio de Janeiro.
Em 1944, Rubem Braga foi para a Itália, durante a II Guerra Mundial, quando cobriu, como jornalista, as atividades da Força Expedicionária Brasileira. No início dos anos 50, se separou de Zora, que lhe deu um único filho Roberto Braga. O cantor Roberto Carlos, que também é de Cachoeiro de Itapemirim, se chama Roberto Carlos Braga, mas apesar da coincidência Roberto e Rubem não são parentes.
Rubem Braga dedicou-se exclusivamente à crônica, que o tornou popular. Como cronista mostrava seu estilo irônico, lírico e extremamente bem humorado. Sabia também ser ácido e escrevia textos duros defendendo os seus pontos de vista. Fazia crítica social, denunciava injustiças, a falta de liberdade da imprensa e combatia governos autoritários.
Rubem Braga adorava a vida ao ar livre, morava em um apartamento de cobertura, em Ipanema, onde mantinha um jardim completo, com pitangueiras, passarinhos, e tanques de peixes.
Nos últimos tempos, publicava suas crônicas aos sábados no jornal O Estado de São Paulo. Foram 62 anos de jornalismo e mais de 15 mil crônicas escritas, que reunia em seus livros. Rubem Braga faleceu, no Rio de Janeiro, no dia 19 de dezembro de 1991. Seu corpo foi cremado e as cinzas jogadas no rio Itapemirim. Foram duas cerimônias simples restritas a família, a seu pedido.
Texto bom e conciso.
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